Masmorra Cultural

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Por que eu escrevo?



Eu escrevo porque dói. Essa dor de tanto que há para se falar, mas tão pouco que é efetivamente dito. Um mar de palavras que afogam aos poucos o escritor dentro de mim, então a água em meus pulmões mata a cada dia a vontade de ficar calado. 

Encontro-me largado na orla, despido de toda a fantasia que sou obrigado a usar para esconder minha vocação. A inspiração me ressuscita, faz-me cuspir de volta o veneno salgado e respirar o ar - respirando e inspirando: escrevendo.

Escrevo e caminho com os pés na areia, a cada passo torcendo para que o vento apague meus rastros, para que eu nunca marque onde pisei de forma definitiva, para que nunca mais seja pisado e marcado para sempre como fui um dia. Um dia, quem sabe, as marcas vão sumir, mas cabe a uma rajada de vento forte ser mais forte do que eu e varrer as palavras que escrevi para ela, varrer para baixo do tapete, para o fundo do coração.

Escrevo cambaleante, descompassado e sem rumo. Escrevo para buscar e dar sentido mesmo que nesse mundo nada tenha sequer um pouco desse adjetivo. Escrevo para sentir. O quê? Alguma coisa, mesmo que seja a decepção pós altruísta que me faz desejar ser mais misantrópico.

Nem que seja para fingir sentir de novo o aroma do cabelo dela e emular o que certa vez chamei de felicidade. Egocêntrico, me desfaço, deixo de existir e passo a fazer parte sublimado, sinto descaso e em minha jornada a solidão, ironicamente, é a única companheira.

Eu escrevo para pegar algumas conchas e levar comigo, recolher os pequenos objetos que me fazem lembrar do mar e daqueles que amo. Escrevo porque muitos não amam, justamente os que merecem ser amados, os que recolhem as conchas na areia molhada, afundando cada vez mais com o avanço da maré.

Escrevo para ser alguma coisa para alguém, para ser lembrado, não para ser compreendido, de forma alguma aplaudido. 

Escrevo porque gosto. Escrevo porque sou bom nisso. Escrevo por mim e por todas as vezes que não soube dizer, apenas escrever.

Um enorme obrigado se você leu até aqui, de verdade. Abraço, espero te ver em minha masmorra de novo. 

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SOBREMIM

Sou Henrique Simão, sempre (mesmo) gostei de escrever, ler, jogar videogame e assistir filmes. Então decidi juntar todas essas coisas em uma: criei o Masmorra Cultural. Mas o que faço da vida não tem nada a ver com tudo isso, cursei 1 semestre de Jornalismo e tive que sair do curso. Hoje faço faculdade de Gestão Empresarial e trabalho em um Escritório de Gerenciamento de Projetos. Escrever é meu passatempo, jogar, ler e assistir também, porém continuo atrás de meu sonho que é escrever um livro, pelo menos um, aproveitando as milhares de ideias que surgem todos os dias. Amo música e futebol também, tenho constantes embates internos com meus sentimentos e filmes de romance, em minha opinião, são os que mais se aproximam de um retrato da realidade

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